STF determina investigação contra Zé Guimarães por suspeita de comandar esquema de desvios em emendas parlamentares
_Ministro Gilmar Mendes autorizou apuração sobre possível envolvimento do líder do governo Lula na Câmara em fraudes no orçamento secreto da Saúde_
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de investigação para apurar o envolvimento do deputado federal José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara dos Deputados, em um suposto esquema de desvio de verbas públicas. A suspeita é de que o parlamentar tenha operado um sistema de repasse ilegal de até 12% sobre o valor de emendas parlamentares destinadas à área da Saúde.
Segundo informações preliminares, o esquema envolveria a destinação de recursos do chamado “orçamento secreto” — mecanismo extinto em 2023 pelo próprio STF — com pagamento de propina a operadores políticos. José Guimarães é apontado como possível chefe do grupo que teria desviado milhões de reais por meio de contratos públicos superfaturados e intermediários aliados.
A decisão do ministro Gilmar Mendes autoriza diligências da Polícia Federal e do Ministério Público para aprofundar as apurações. Como parlamentar com foro privilegiado, Guimarães só pode ser investigado mediante autorização do Supremo. O pedido foi fundamentado em indícios colhidos em investigações anteriores sobre o uso indevido de emendas de relator, prática que ficou conhecida por sua falta de transparência na execução orçamentária.
José Guimarães já esteve envolvido em um episódio polêmico em 2005, durante o escândalo do mensalão, quando um assessor ligado ao parlamentar foi preso no Aeroporto de Congonhas (SP) com R$ 200 mil em espécie numa mala e US$ 100 mil escondidos em peças íntimas. Na ocasião, tanto o deputado quanto seu assessor foram absolvidos das acusações, com a Justiça determinando a prescrição do caso por ausência de provas conclusivas.
A nova investigação pode reacender questionamentos sobre a conduta de parlamentares na liberação de verbas federais e amplia a tensão política no Congresso, especialmente no momento em que o governo busca consolidar sua base aliada para aprovar pautas prioritárias no segundo semestre.
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